terça-feira, 14 de agosto de 2012

Alma Gêmea Vs Karma




Caros,

Esse é o segundo post do blog e o primeiro verdadeiramente sobre um tema, o qual foi escolhido através da pergunta que uma amiga me fez hoje e achei interessante compartilhar a visão que tenho a respeito dos dois assuntos e das suas inter-relações.

Muitos amigos me perguntam e vejo bastante na mídia o conceito de alma gêmea sendo discutido, mas grande parte dessa idéia é equivocada e até mesmo sem lógica. Pesquisei em alguns sites e resumi abaixo as informações encontradas:

"A alma gêmea é a exata combinação que você precisa para se desenvolver e tem um ciclo de duração de 7 anos (...)"

"Existe a alma gêmea do espírito, o que representa uma parceria que já vem acontecendo por várias vidas, e muitas vezes com o intuito de se fundir em uma única Alma e Espírito. Esse tipo de alma gêmea pode ou não emergir na vida presente."

Creio que não existe a "Alma Gêmea" como pensamos que exista, ou seja, num ser do sexo oposto que nos completaria em todos os sentidos, o qual amaríamos mais que qualquer outro ser e viveríamos com ele pela eternidade. O primeiro ponto relevante a ser informado é que não existe sexo para os espíritos. Um espírito não é mulher, nem homem, nem branco, nem negro, ele é simplesmente um espírito, uma centelha divina em curso de retorno ao todo a qual chamamos de Deus. Sabemos que o espírito através do seu perispírito tem a capacidade de plasmar formas com a força do seu pensamento e portanto esse conceito de sexo deve ser analisado com ressalvas. Os espíritos mais evoluídos ou os que detém a capacidade de se plasmarem em outras formas, o fazem da maneira que melhor lhes convém para se fazerem presentes em determinados locais ou grupo de pessoas.

Não acredito também que Deus tenha criado duas almas pré-destinadas a viverem juntas pela eternidade. Se assim fosse onde estaria o nosso livre arbítrio, o qual sabemos que é uma das Leis Divinas. Sabemos que nós atualmente (seres humanos), já passamos pelos mais diversos reinos da natureza (mineral, vegetal e animal) até evoluirmos para a espécie humana (homo sapiens) e termos adquirido a razão. A razão é o que nos diferencia dos outros seres existentes nesse planeta, a capacidade de pensar, de distinguir do certo e do errado, do bom e do ruim, do perigoso e do seguro, etc. Sendo assim, penso que existam seres (espíritos) que conviveram em outras vidas (e quando digo outras vidas, coloquem vidas vividas há milhares de anos), e que se relacionaram. Esses seres tiveram relações positivas e/ou negativas e em várias encarnações. A cada vez que eles se encontravam em diferentes níveis de convívio, eles iam armazenando em suas células perispituais (no corpo físico esse armazenamento se encontra na memória inconsciente cerebral), os sentimentos e fatos experenciados.

Anos podem se passar, séculos até, mas a memória das relações e experiências vividas nunca se apagam dos espíritos que são seres eternos. Portanto, ao longo das nossas encarnações nós vamos interagindo com seres desconhecidos e na maioria das vezes com seres que já nos relacionamos anteriormente em vidas passadas. A cada existência podemos adquirir uma maior simpátia, amor, amizade, carinho, ternura ou raiva, ódio, rancor, inveja, etc...por aqueles seres que tivemos contato. Assim, os seres que hoje temos maiores sentimentos (sejam positivos ou negativos), é porque no passado já tivemos relações com eles. É como se a relação atual fosse uma somatória das vivências anteriores (mas não necessariamente uma regra matemática simples, pois existem outros fatores envolvidos). Daí vem o sentimento que temos quando encontramos nessa vida um ser que nunca vimos antes (nessa vida também), e surgem sentimentos de amor a primeira vista ou de ódio a primeira vista. São as recordações guardadas no inconsciente que vem a tona no momento do reencontro.

Voltando ao que falei anteriormente, nós temos o livre arbítrio para decidirmos o que bem entendemos da nossa vida. Portanto, por mais que nessa vida atual encontremos, ou melhor, re-encontremos nossos antigos afetos e desafetos do passado, cabe a nós escolher com que grau de interação iremos nos relacionar com eles. Resumidamente a "vida" tráz a aproximação, mas a decisão de ter ou não o contato, se relacionar ou não, é exclusiva e unicamente nossa.

Relacionar o Karma nisso tudo fica fácil entender, pois o Karma são as ações que praticamos para a outras pessoas seja nessa vida ou em vidas passadas de forma negativa. Se as ações forem praticadas de forma positiva dá-se o nome de Dharma.

Muitas pessoas costumam dizer que uma certa pessoa nessa vida atual é o seu Karma e por isso devem ficar unidas a ela para poderem reparar o mal causado, ou até mesmo, nutrem um sentimento dentro de si que os mantem unidos mesmo a seu contra-gosto. É como se uma força maior do que ela mesma, impedisse a separação dela para com o parceiro.
Como falei anteriormente, o Karma e/ou Dharma aproximam os seres que se inter-relacionaram no passado. Dai a manter uma ligação mais ou menos intensa vai do seu livre arbítrio, da sua vontade. Por mais que o vínculo seja forte, depende exclusivamente de você o nível de intereção com esse(s) sere(s). A dificuldade de um desligamento provém do alto grau de ligação que houve em várias vidas passadas. A memória inconsciente da(s) pesssoa(s) envolvidas não permite ou não quer esse rompimento. É como se o outro Eu dessa pessoa (o da vida passada), não desejasse a separação.


A conclusão que tiramos sobre isso é que não há fusão entre almas ou espíritos. Cada ser é independente e individual. O que ocorre é uma aproximação de idéias, de gostos, de sentimentos, de metas, de objetivos, de conhecimentos, entre outros. Portanto, estamos muito longe de encontrarmos seres que nos complementem em tantos campos até que possamos nos melhorar como seres imortais que sómos. Primeiramente devemos aprender o que é amar realmente, o que é o amor incondicional que o mestre Jesus nos tanto falou, devemos aprender a perdoar, a dar e a receber, etc. Somente assim um dia quem sabe encontremos uma alma muito próxima a nós para que possamos chamá-la de gêmea, pois somos multi existênciais e imortais. Agradar a todos os nossos "Eus" não é uma tarefa fácil, mas será sim alcançada, mais cedo ou mais tarde.

E você, o que acha a respeito?

Caio Lopes



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